segunda-feira, 23 de maio de 2011

3º lugar em Santa Catarina - Concurso Internacional de Redação de Cartas 2011

Aluna: Marciane Cristina Schiavini Turma: 702

A Árvore que quer viver.

Concórdia, 18 de março de 2011

Querida Dilma,

Quero contar por intermédio desta carta, o quanto sofro diante da tamanha destruição do meio ambiente.

Eu era apenas uma sementinha, frágil, pequenina e indefesa. Fui levada pela fúria de um vento muito forte e caí numa terra extremamente fofa, ao lado de um riacho cristalino, onde via-se os peixes brincando felizes por entre as pedras inertes.

Aos poucos fui crescendo, meus galhos foram brotando, minhas folhas se desenvolvendo e minhas raízes fixando-se ao chão.

Acordava todas as manhãs com o pouso suave dos pássaros em minhas ramas. Em seus bicos traziam pequenos ciscos, com os quais preparavam seus ninhos para aconchegar os seus filhotes, incapazes de voar.

Ouvia distante a algazarra de crianças, suas vozes alegres vindo em minha direção e eu estremecia de alegria. Brincavam de balanço em meus galhos e procuravam frutos para saciar sua fome e sede.

Aqui na floresta, tudo era motivo de festa, o primeiro voo de uma borboleta, a primeira flor a se abrir, a primeira folha a nascer... Tudo isso, tinha a trilha sonora dos pássaros, que formavam a mais bela sinfonia.

Entretanto, tudo começou a mudar, todo encanto foi se perdendo. O azul do céu já não é mais tão mágico, o sol pouco a pouco está perdendo seu brilho, as árvores estão desaparecendo cada vez mais rápido, a terra está ficando doente...

Das minhas mais altas folhas, posso ver a natureza toda que, aos poucos, está se acabando. Vejo fumaças das indústrias se misturando com as nuvens e os esgotos despejados misturando nos rios, impedem a sobrevivência das espécies.

Onde na floresta havia um verdadeiro tapete verde que cobria o chão, hoje não passa de calçadas, pisoteadas e cinzas. Estão dando mais valor às indústrias, casas, dinheiro e ao cimento, do que à vida e à biodiversidade.

Quando de mim humanos se aproximam, sinto que meu fim está próximo. Já cansei de ver árvores amigas serem destruídas em apenas um grito: ‘madeeeeira’.

O modo com que a maioria dos seres humanos tratam a natureza é lamentável. Ela é generosa para com todos, oferece tudo o que é necessário para se viver, mas os humanos sem responsabilidade nenhuma nos destroem. O aquecimento global, o efeito estufa, os terremotos, as enchentes e os tsunamis, são apenas alguns reflexos do que o homem está causando para com a natureza.

A natureza quer apenas viver em paz, sem o barulho de motosserras e machados, só quer descansar suas raízes sem latas como almofadas.

É preciso ver a natureza com os olhos do coração e com a voz de Deus, para evitar o sofrimento da mãe terra.

Torna-se necessário garantir a vida às futuras gerações, para que todos tenham a oportunidade de conhecer e desfrutar de tudo o que há de mais belo e admirável, na natureza. Para que a harmonia entre o homem e o meio ambiente prevaleça sempre.

Que sejam mantidos os frutos saudáveis, o ar puro, a sombra para o descanso, as águas puras e cristalinas, o canto dos pássaros e de todos aqueles que garantem a sinfonia harmônica na natureza. Que o astro sol possa imperar sempre com o seu brilho intenso, sobre a face da Terra e que cada vida nova no planeta encontre a conchego e condições dignas para se desenvolver.

Por meio desta carta, eu peço a Vossa Excelência Dilma que espalhe aos quatro cantos do universo sobre a importância de não poluir o planeta. Acredito em vossa influência, pois é preciso devolver a magia às nossas crianças. Reflita sobre isso, são vidas que em jogo, afinal serão as ações, a nossa consciência e a ética do cuidado que farão a harmonia entre o homem e a natureza, com a possibilidade de reconstrução das florestas e de vidas renovadas. E assim, garantir a vida aos seres do planeta.

Atenciosamente: A Árvore que quer viver

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